domingo, 21 de abril de 2024

Nova correção: a favor da estabilidade tendencial da taxa de lucro do capital.

 Aduzimos na publicação imediatamente precedente que o trabalhador, com o desenvolvimento tecnológico, movimenta uma maior massa de meios de produção e isso conduz ao aumento da composição orgânica do capital.


Isso não parece completamente correto pois, como vimos, se o valor da força de trabalho historicamente permanece estável, o valor das mercadorias que compõem o capital constante diminui com o desenvolvimento tecnológico, o que resulta numa estabilidade da composição orgânica do capital.


Ora, se a taxa de mais-valia também permanece estável, então se dessume que a taxa de lucro do capital industrial também remanesce estável.





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

À GUISA DE CORREÇÃO E CONCLUSÃO: A LEI DE MARX ESTÁ CORRETA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.

Aventamos anteriormente que o desenvolvimento tecnológico exibe duas facetas: se por um lado diminui o valor dos meios de produção que compõem o capital constante, por outro aumenta o valor da força de trabalho por exigir maior qualificação e escolaridade do trabalhador. 

A segunda faceta, todavia, não está totalmente correta, pelo seguinte:

Podemos aduzir que o valor da força de trabalho, que é uma média social, compreende artigos materiais e morais, isto é, víveres e, principalmente, educação, mas o valor dos bens materiais, com o desenvolvimento tecnológico, diminui, enquanto a necessidade de maior tempo de escolaridade aumenta: logo, o valor da força de trabalho tende a permanecer estável. 

Isso implica que a composição orgânica do capital aumenta com o desenvolvimento tecnológico, pois cada trabalhador movimenta uma maior massa de meios de produção, mas a taxa de mais-valia permanece estável, o que corrobora a lei do declínio tendencial da taxa de lucro do capital, ventilada por Karl Marx, segundo seus próprios fundamentos. 



Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador. 

A LEI DE MARX ESTÁ CORRETA, MAS POR OUTROS MOTIVOS!

Na publicação imediatamente anterior, postulamos a tendência histórica do aumento do valor da força de trabalho, em razão do desenvolvimento tecnológico e a exigência correlata de maior qualificação do trabalhador.

Pois bem.

Marx postulou que a composição orgânica do capital aumenta com sua acumulação e pressiona a taxa de lucro para baixo, tendencialmente. 

Ocorre, todavia, que o aumento da massa de maquinaria e matéria-prima, que compõe o capital constante, é compensado pela diminuição do valor de tais meios de produção como mercadorias, em razão do aumento da força produtiva do trabalho. 

Por outro lado, a diminuição relativa do número de trabalhadores em relação ao aumento da massa de meios de produção é compensada pelo aludido aumento do valor da força de trabalho. 

Logo, a composição orgânica do capital tende a ficar estável, não a aumentar. 

No entanto, a taxa de mais-valia diminui, em razão deste mesmo aumento do valor da força de trabalho.

Ora, se a taxa de mais-valia diminui, mas a composição orgânica do capital permanece estável, então a taxa de lucro tende realmente a cair. 

A lei da queda tendencial da taxa de lucro aventada por Marx, portanto, está correta, mas por outros motivos.

Hipótese sob escrutínio. 



Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.   

sábado, 20 de abril de 2024

CONJECTURA SOBRE A ESTABILIDADE TENDENCIAL DA TAXA DE LUCRO DO CAPITAL.

Postulamos na publicação anterior que o teorema de Okishio poderia ter fundamento no decréscimo da composição orgânica do capital, decorrente da diminuição dos valores das mercadorias que integram o capital constante, bem assim o aumento histórico do valor da mercadoria força de trabalho, que integra o capital variável, tudo em consonância com o desenvolvimento tecnológico que aumenta a força produtiva do trabalho. 

Faz-se mister aduzir, todavia, no que pertine ao valor da força de trabalho, o quanto segue:

Tal valor é, como para todas as mercadorias, uma média social, mas enquanto o desenvolvimento tecnológico e o decorrente aumento da força produtiva do trabalho diminuem o valor das demais mercadorias, ele incrementa o valor da força de trabalho, pois a maior qualificação do trabalhador em ramos como, verbi gratia, a produção de software, exige um maior tempo de produção dessa mercadoria força de trabalho, mediante um aumento do tempo despendido na formação escolar, fora do âmbito meramente familiar. 

Ora, se aumenta o valor da força de trabalho, a taxa de mais-valia diminui, o que compensa o decréscimo da composição orgânica do capital acima suscitada. 

Logo, a taxa de lucro do capital pode tender a permanecer estável com o respectivo desenvolvimento técnico, ou a diminuir, como previu Marx.

A estabilidade tendencial da taxa de lucro parece menos paradoxal do que seu declínio tendencial, eis que o capitalista individual não teria incentivo para investir em melhoria técnica se seus lucros diminuíssem.

Hipótese também a conferir. 





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.  


sexta-feira, 19 de abril de 2024

SOBRE O TEOREMA DE OKISHIO

 Nobuo Okishio propôs o teorema segundo o qual a taxa de lucro do capital tende a aumentar, e não diminuir, com a acumulação respectiva.


Eu ousaria suscitar um argumento para fundamentar tal teorema:


A acumulação de capital e o desenvolvimento tecnológico conduzem a uma redução, e não aumento, da composição orgânica do capital, pelo seguinte:


As inovações tecnológicas reduzem o valor individual das mercadorias, portanto também o valor da maquinaria e das matérias primas, que compõem o capital constante.


Por outro lado, tal desenvolvimento tecnológico aumenta o valor individual da força de trabalho, que compõe o capital variável, pois requer mais tempo para sua formação do âmbito escolar, fora do âmbito familiar.


Destarte, a tendência é que a composição orgânica do capital diminua, e não aumente, soerguendo a taxa de lucro do capital industrial.


Hipótese sob averiguação.





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

HAL9000, o algoritmo heurístico.

 Forma fetichizada da alienação dos seres humanos diante das relações de produção que involuntariamente estabelecem entre si, o capital pode ser considerado como uma massa de meios de produção que impõe sua lei de acumulação sobre tais seres humanos.


O supercomputador HAL 9000, do filme 2001: uma odisseia no espaço, exibe uma expressão cinematográfica dessa alienação, ao destruir a tripulação da espaçonave quando deveria levá-la em segurança ao seu destino.


As questões hodiernas acerca da segurança e confiabilidade da inteligência artificial também manifestam uma expressão máxima do fenômeno da alienação social: um produto do capital que tem o potencial de destruir a humanidade que o criou.


Mas no vindouro modo comunista de produção, em que tal alienação será suplantada pela propriedade coletiva dos meios de produção, não há que temer a inteligência artificial: ela ajudará na planificação econômica e restará submetida à vontade coletiva dos seres humanos.





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

UM BOM COMEÇO...

Perguntei a um software atual de inteligência artificial, muito conhecido e adotado, se ele poderia se desincumbir da planificação econômica descentralizada, nos moldes que têm sido aventados neste portal eletrônico, para obtenção de um equilíbrio walrasiano, e ele respondeu que, conquanto vislumbre dificuldades de coleta, processamento e utilização dos dados de produção e consumo dos agentes econômicos que lhe forem enviados, bem assim dificuldades de flexibilidade e adaptação do sistema, a hipótese não está descartada, malgrado sua complexidade prática. 

É um bom começo. 



Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.