quarta-feira, 24 de abril de 2024

CONJECTURA SOBRE TAXA DE LUCRO E VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO DE CAPITAL.

Supusemos, na publicação imediatamente precedente, que o desenvolvimento tecnológico não altera a taxa de lucro do capital industrial, que tende a permanecer estável.

Do ponto de vista restrito ao processo de produção de capital, tal proposição parece correta. 

Todavia, as revoluções tecnológicas dos finais dos séculos XIX e XX incidiram também no processo de circulação de capital, aumentando sua velocidade mediante melhorias nos sistemas de transporte e telecomunicações.

Parece, numa primeira abordagem intuitiva, que o aumento da velocidade de circulação de capital encerra o condão de aumentar sua taxa de lucro. 

Conjectura a demonstrar matematicamente. 



Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

terça-feira, 23 de abril de 2024

ORGANIZANDO O DEBATE SOBRE TAXA DE LUCRO DO CAPITAL INDUSTRIAL.

O desenvolvimento tecnológico e o decorrente aumento da força produtiva do trabalho repercutem da seguinte forma:

1. Diminuem o valor dos meios de produção que compõem o capital constante;

2. Deixam inalterado o valor da força de trabalho que compõe o capital variável, pois se diminuem o valor dos bens de consumo do trabalhador, aumentam o tempo de escolaridade exigido pela sua maior qualificação.

3. A taxa de mais-valia, portanto, permanece inalterada, em razão de 2;

4. A composição orgânica do capital permanece inalterada, em razão de 1 e 2, considerando que o trabalhador movimenta uma maior massa de meios de produção.

5. De 3 e 4 resulta uma estabilidade tendencial da taxa de lucro do capital industrial em decorrência do desenvolvimento tecnológico. 




Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO!

 A produção e reprodução da vida material dos seres humanos em sociedade efetiva-se por duas vertentes:

1. O trabalho;

2. A reprodução sexuada.

Pois bem, aventamos aqui a hipótese da superação do modo capitalista de produção mediante, pressuposta a propriedade coletiva dos meios de produção, a planificação econômica descentralizada, em que todos os habitantes do planeta fornecem, pela rede mundial de computadores, seus dados de produção e consumo econômicos a um algoritmo central, que denominei provisoriamente de ego coletivo, o qual encerrará a tarefa de definir as metas a serem observadas por tais habitantes de acordo com tais informações fornecidas. 

Todavia, tal planificação abroquela somente a vertente número 1 de produção e reprodução da vida material em sociedade, a saber, o trabalho.

Uma planificação completa deverá abranger também a vertente número 2, a saber, a reprodução sexuada, de tal maneira que o algoritmo central ou ego coletivo definirá também o número de indivíduos que poderão integrar cada unidade familiar, sendo certo que uma forma mais avançada de tal planificação consistirá na interdição da reprodução sexuada livre, que será substituída pela concepção in vitro, conquanto a atividade sexual propriamente dita remanescerá livre. 



Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.    

domingo, 21 de abril de 2024

Nova correção: a favor da estabilidade tendencial da taxa de lucro do capital.

 Aduzimos na publicação imediatamente precedente que o trabalhador, com o desenvolvimento tecnológico, movimenta uma maior massa de meios de produção e isso conduz ao aumento da composição orgânica do capital.


Isso não parece completamente correto pois, como vimos, se o valor da força de trabalho historicamente permanece estável, o valor das mercadorias que compõem o capital constante diminui com o desenvolvimento tecnológico, o que resulta numa estabilidade da composição orgânica do capital.


Ora, se a taxa de mais-valia também permanece estável, então se dessume que a taxa de lucro do capital industrial também remanesce estável.





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.

À GUISA DE CORREÇÃO E CONCLUSÃO: A LEI DE MARX ESTÁ CORRETA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.

Aventamos anteriormente que o desenvolvimento tecnológico exibe duas facetas: se por um lado diminui o valor dos meios de produção que compõem o capital constante, por outro aumenta o valor da força de trabalho por exigir maior qualificação e escolaridade do trabalhador. 

A segunda faceta, todavia, não está totalmente correta, pelo seguinte:

Podemos aduzir que o valor da força de trabalho, que é uma média social, compreende artigos materiais e morais, isto é, víveres e, principalmente, educação, mas o valor dos bens materiais, com o desenvolvimento tecnológico, diminui, enquanto a necessidade de maior tempo de escolaridade aumenta: logo, o valor da força de trabalho tende a permanecer estável. 

Isso implica que a composição orgânica do capital aumenta com o desenvolvimento tecnológico, pois cada trabalhador movimenta uma maior massa de meios de produção, mas a taxa de mais-valia permanece estável, o que corrobora a lei do declínio tendencial da taxa de lucro do capital, ventilada por Karl Marx, segundo seus próprios fundamentos. 



Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador. 

A LEI DE MARX ESTÁ CORRETA, MAS POR OUTROS MOTIVOS!

Na publicação imediatamente anterior, postulamos a tendência histórica do aumento do valor da força de trabalho, em razão do desenvolvimento tecnológico e a exigência correlata de maior qualificação do trabalhador.

Pois bem.

Marx postulou que a composição orgânica do capital aumenta com sua acumulação e pressiona a taxa de lucro para baixo, tendencialmente. 

Ocorre, todavia, que o aumento da massa de maquinaria e matéria-prima, que compõe o capital constante, é compensado pela diminuição do valor de tais meios de produção como mercadorias, em razão do aumento da força produtiva do trabalho. 

Por outro lado, a diminuição relativa do número de trabalhadores em relação ao aumento da massa de meios de produção é compensada pelo aludido aumento do valor da força de trabalho. 

Logo, a composição orgânica do capital tende a ficar estável, não a aumentar. 

No entanto, a taxa de mais-valia diminui, em razão deste mesmo aumento do valor da força de trabalho.

Ora, se a taxa de mais-valia diminui, mas a composição orgânica do capital permanece estável, então a taxa de lucro tende realmente a cair. 

A lei da queda tendencial da taxa de lucro aventada por Marx, portanto, está correta, mas por outros motivos.

Hipótese sob escrutínio. 



Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.   

sábado, 20 de abril de 2024

CONJECTURA SOBRE A ESTABILIDADE TENDENCIAL DA TAXA DE LUCRO DO CAPITAL.

Postulamos na publicação anterior que o teorema de Okishio poderia ter fundamento no decréscimo da composição orgânica do capital, decorrente da diminuição dos valores das mercadorias que integram o capital constante, bem assim o aumento histórico do valor da mercadoria força de trabalho, que integra o capital variável, tudo em consonância com o desenvolvimento tecnológico que aumenta a força produtiva do trabalho. 

Faz-se mister aduzir, todavia, no que pertine ao valor da força de trabalho, o quanto segue:

Tal valor é, como para todas as mercadorias, uma média social, mas enquanto o desenvolvimento tecnológico e o decorrente aumento da força produtiva do trabalho diminuem o valor das demais mercadorias, ele incrementa o valor da força de trabalho, pois a maior qualificação do trabalhador em ramos como, verbi gratia, a produção de software, exige um maior tempo de produção dessa mercadoria força de trabalho, mediante um aumento do tempo despendido na formação escolar, fora do âmbito meramente familiar. 

Ora, se aumenta o valor da força de trabalho, a taxa de mais-valia diminui, o que compensa o decréscimo da composição orgânica do capital acima suscitada. 

Logo, a taxa de lucro do capital pode tender a permanecer estável com o respectivo desenvolvimento técnico, ou a diminuir, como previu Marx.

A estabilidade tendencial da taxa de lucro parece menos paradoxal do que seu declínio tendencial, eis que o capitalista individual não teria incentivo para investir em melhoria técnica se seus lucros diminuíssem.

Hipótese também a conferir. 





Por Luís Fernando Franco Martins Ferreira, historiador.